Como realizar um transporte de madeira adequado e sem riscos

O transporte de madeira exige cuidados especiais, em função do tamanho e peso das cargas e de algumas especificidades e exigências legais que precisam ser observadas. 

O acondicionamento adequado da madeira nos veículos favorece a conservação da carga e contribui para a prevenção de acidentes nas estradas. Para realizar essas tarefas, é preciso contar com profissionais muito bem treinados, que conheçam as técnicas envolvidas e trabalhem de acordo com as normas de segurança.

Neste artigo, vamos explicar quais são os cuidados necessários para realizar um transporte de madeira eficiente, apresentar as principais normas que regem essa atividade e oferecer dicas de como fazer a amarração das cargas corretamente.

Regras do IBAMA para o transporte de madeira

Segundo a classificação do IBAMA, os chamados produtos florestais são constituídos de diversos derivados da madeira, como toras, postes, estacas, lenha e carvão. Por isso, as dimensões, o peso e o tipo de embalagem variam e alteram a forma como os produtos são transportados até o seu destino. O meio mais comum no segmento madeireiro é o corte em postes ou toras longas.

Para garantir que a madeira seja transportada por veículos adequados, o Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) determina a utilização da Combinação Veicular de Carga (CVC). Essa sigla se refere a uma combinação de uma cabine com implementos, que podem ser reboques ou semirreboques. 

A capacidade de carga também deve ser considerada. Afinal, o excesso de peso constitui uma das principais causas de acidentes em rampas e curvas acentuadas, que são muito comuns nas estradas brasileiras. De acordo com as normas, cada caminhão deve suportar no máximo um peso bruto total superior a 57 toneladas, com comprimento maior do que 19,80 metros.

No caso de contratação de empresas de transporte terceirizadas, os contratos precisam ser redigidos para possibilitar a gestão, fiscalização e avaliação por parte da contratante. Esse rigor garante que ambas as organizações sejam beneficiadas e o processo seja concluído de forma satisfatória.

Procedimentos recomendados no transporte de madeira

Amarração

Um dos principais desafios dessa modalidade de transporte é garantir a estabilização da carga, principalmente quando a madeira está cortada no formato de postes. Nesse caso, uma boa amarração traz mais segurança tanto para o transportador quanto para a indústria de beneficiamento para a qual a madeira se destina. Além disso, uma amarração de cargas adequada pode evitar muitos problemas durante a viagem, como perda de mercadorias, acidentes e atrasos. 

Para prender os postes, as normas exigem a utilização de cabos de aço ou cintas de poliéster com alta resistência. Uma mudança recente na legislação proibiu o uso de cordas, devido à sua fragilidade quando em atrito com a carga ou partes metálicas do veículo.

Os motoristas flagrados com veículos em descumprimento da norma estão sujeitos à multa e pontuação na carteira por infração considerada grave.

Empilhamento no veículo

A forma como esses produtos são acondicionados no caminhão tem regras que devem ser seguidas para garantir que os próprios motoristas fiquem seguros, assim como os passantes nas vias públicas. Além disso, o acondicionamento da carga é um fator estratégico, pois a sua otimização aumenta o volume transportado, sem exceder os limites legais.

O caminhão com carroceria florestal, também chamado de fueiro, é amplamente utilizado para o transporte de toras de madeira. Esse tipo de veículo é composto por uma superfície plana que tem escoras de metal posicionadas nas laterais e painéis na parte traseira e dianteira.

Recomenda-se que o empilhamento da madeira seja feito em formato de pirâmide, ou seja, formando uma base com maior quantidade de toras embaixo do que na parte de cima. Além disso, a altura da pilha não deve exceder a dos painéis do caminhão que estão à frente ou das escoras posicionadas nas laterais do caminhão. Com o empilhamento adequado, consegue-se manter a estabilidade da carga durante todo o trajeto da viagem. Desse modo, a possibilidade de deslizamento da carga é limitada, evitando-se assim possíveis acidentes.   

Carga e descarga

A operação de descarga depende da utilização de bons equipamentos de carregamento e da contratação de pessoas qualificadas para essa atividade. Esse aspecto é fundamental para obter maior eficiência e proteção para o motorista e para os profissionais de pátio.

Por isso, o maquinário empregado deve ser capaz de assegurar a agilidade dessa tarefa para aumentar a performance da área. De acordo com o tipo de produto florestal, a madeira pode ser descarregada de forma manual ou por meio da utilização de máquinas providas de garras para a remoção das toras de madeira do veículo.

Normas que regulamentam o transporte de madeira

O transporte de madeira no Brasil é regulamentado pela Resolução Contran nº 196/2006. Essa resolução passou por algumas mudanças com a Resolução Contran nº 246/2007. Essas duas  resoluções definem práticas eficientes para transportar madeira. Elas consideram desde os requisitos fundamentais de segurança até o detalhamento das características dos veículos e equipamentos que podem fazer o transporte desse tipo de carga.

De acordo com a legislação, o comprimento máximo de tora é de 2,5 metros de madeira bruta. As toras devem estar dispostas no sentido longitudinal do caminhão, na vertical ou formando triângulos e pirâmides.

Além disso, os veículos apropriados para realizar o transporte de madeira devem passar por inspeção de segurança para a obtenção do CRV (Certificado de Registro de Veículo) e do CRVL (Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo).

Para transportar madeira na vertical, é necessário que a carroceria do veículo disponha dos seguintes itens:

  • painéis dianteiros e traseiros (apenas veículos extensíveis dispensam painéis traseiros);
  • pelo menos duas escoras laterais de metal (fueiros) para cada tora ou conjunto de toras;
  • cabo de aço ou cintas de poliéster capazes de aguentar tração mínima de 3 mil quilograma-força (kgf) e tensionados por um sistema pneumático autoajustável ou por catracas instaladas na carroceria.

Para o transporte de madeira dispostas em triângulos ou pirâmides, a carroceria deve dispor de:

  • painel dianteiro com a mesma largura da carroceria;
  • pelo menos dois fueiros com altura de 50 centímetros no mínimo e com reforço de salva-vidas;
  • cabo de aço ou cinta de poliéster capaz de aguentar tração mínima de 3 mil quilos e tensionado por sistema pneumático ou por catracas instaladas na carroceria;
  • A licença ambiental necessária para o transporte de madeira.

Por sua vez, as normas NR-11 e NR-12 definem as condições necessárias para o transporte, movimentação, armazenamento e manuseio seguros de materiais. Elas regulamentam a exigência de materiais de alta qualidade e equipamentos de segurança para que os trabalhadores consigam realizar suas funções de modo seguro.

Essas normas visam a garantir que máquinas e equipamentos sejam seguros para o uso dos trabalhadores. Elas exigem informações completas sobre todo o ciclo de vida das máquinas e equipamentos, incluindo o transporte, instalação, utilização, manutenção e a eliminação ao final da sua vida útil.

Importância de usar cintas e fazer uma amarração adequada

Outra norma do Contram, a Resolução 552, proíbe o uso de cordas na amarração e recomenda o uso de equipamentos como cintas de amarração, cabo de aço ou corrente. Afinal, as cordas são menos resistentes e podem sofrer desgaste com a ação do tempo e se romper durante o transporte. Por isso, elas só podem ser usadas na amarração da lona.

Ainda de acordo com a norma, a resistência das cintas, cabos de aço e corrente deve ser, no mínimo, duas vezes o peso da carga transportadas. A resolução proíbe também que a amarração da carga seja feita diretamente na madeira da carroceria, que muitas vezes não oferece a força necessária para suportar o peso da carga.

Além disso, outros itens, como redes, malhas, trilhos, bloqueadores, separadores, protetores e mantas de atrito podem ser usados para reforçar a segurança. Porém, esses acessórios só podem ser passados externamente quando os itens transportados ocuparem todo o espaço interno da carroceria.

Entre as medidas de proteção estabelecidas, está a implantação de proteções físicas fixas nas áreas de risco, como o enclausuramento de sistemas de transmissão por correias e polias e a exigência de um circuito de parada de emergência.

Além disso, os movimentos perigosos de equipamentos como esteiras e correias devem ser protegidos, especialmente nos pontos de esmagamento, agarramento e aprisionamento.

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