Principais mudanças trazidas pela greve dos caminhoneiros

greve dos caminhoneiros

Diferenciais Cintas de Amarração

A greve dos caminhoneiros trouxe mudanças nos preços cobrados nos pedágios em todo o Brasil. Desde o dia 31 de maio, os caminhoneiros deixaram de pagar pedágio sobre os eixos suspensos de caminhões vazios. A isenção vem sendo praticada em todas as rodovias com pedágio do país.

Com o fim da cobrança sobre os eixos suspensos, houve uma redução de custo expressiva para os caminhoneiros, já que os pedágios representam cerca de 15% do valor do frete. O caminhão de sete eixos (14 rodas), por exemplo, o mais usado no país, pode suspender três eixos quando está vazio, o que significa uma redução de 43% valor  do pedágio.

Entenda como a mudança repercute nas concessionárias

Em 2015, após pressão dos caminhoneiros, o governo havia permitido a isenção da cobrança sobre o eixo suspenso em rodovias federais e estaduais. Porém, os estados continuaram cobrando a taxa para as rodovias sob sua concessão.

Com a proibição da cobrança, em maio, as concessionárias tiveram perda de lucratividade e agora alegam haver um desequilíbrio econômico nos contratos com o governo. Segundo analistas, a isenção da tarifa sobre o eixo suspenso é problemática, pois os sistemas de pedágio das rodovias não conseguem detectar se o caminhão está cheio ou vazio, pois todos são lacrados.

Em São Paulo, o fim da cobrança por eixo suspenso significou uma queda de cerca de R$ 50 milhões por mês na arrecadação das concessionárias que administram as rodovias. O governo do Estado agora quer que o governo federal assuma a responsabilidade e abata esse valor da dívida de São Paulo com o Tesouro. Analistas alertam que a mudança, porém, poderá levar a um aumento da tarifa para os demais usuários das rodovias estaduais privatizadas.

Acompanhe o aumento no preço de pedágios em São Paulo

Desde julho, as rodovias de São Paulo tiveram os preços dos pedágios aumentados para todos os carros em 19 concessionárias do Estado. As concessionárias alegam que o aumento de preço se deve ao IPC-A acumulado entre junho do ano passado e maio desse ano, de 2,85%.

O reajuste chega a até R$ 0,30 em alguns pedágios. Os pedágios mais caros de São Paulo agora são os da rodovia Anchieta, em Riacho Grande, e da rodovia Imigrantes, em Paraitinga, que passaram a custar R$ 26,20. Veja aqui a tabela completa de reajustes em São Paulo.

Veja como as mudanças vêm funcionando na prática

Além disso, a redução temporária de R$ 0,46 no litro do diesel, outra conquista obtida pelos caminhoneiros com a greve, ainda não se reverteu integralmente em redução do custo do diesel nos postos. Uma medida provisória foi publicada para definir as regras da redução dos preços e foi criada uma força-tarefa formada pelos Procons e outros órgãos do governo para fiscalizar se os postos estão cumprindo o que foi determinado.

Porém, até julho, o valor do diesel havia caído apenas R$ 0,22 (de R$ 3,60 para R$ 3,38). Nos dois meses após a greve, o Procon de São Paulo recebeu mais de 2.000 reclamações contra os preços cobrados em São Paulo.

Outro problema é que a tabela de preços para o frete, outra conquista da greve, aparece em versões diferentes, o que vem causando descontentamento entre os motoristas. A tabela, que aumenta o valor do frete, vem sendo pouco seguida na prática e a falta de consenso sobre o preço acaba prejudicando os caminhoneiros.

Como vimos, a greve dos caminhoneiros trouxe alguns resultados imediatos, mas muita coisa ainda pode ser feita para melhorar as condições de trabalho dos caminhoneiros.

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