Com o passar dos anos, busca-se cada vez mais novas formas de pensar a produção no setor agropecuário, visando processos econômicos e sustentáveis. Para atender a essa demanda, a utilização de sistema integrado de produção agropecuária oferece soluções ideais para esses dois pilares.
Baseados na diversificação e integração de sistemas produtivos diferentes, as vantagens produtivas e econômicas já atraem muitos produtores rurais. Assim, agricultura, pecuária e sistemas florestais coexistem em uma mesma área produtiva, compartilhando os benefícios de forma mútua.
A divisão das áreas de produção e a rotação das mesmas durante um determinado período intensifica o ciclo de nutrientes do solo, melhorando a produtividade e o rendimento.
Para compreender melhor, vamos observar o funcionamento e a aplicação dessa prática.
Conheça as combinações possíveis do sistema integrado de produção agropecuária
O sistema integrado de produção agropecuária pode abranger quatro diferentes combinações, atendendo a uma diversidade de cenários possíveis.
O destaque é o sistema agropastoril, caracterizado por lavoura-pecuária. De longe, esse é o mais utilizado no Brasil. Estima-se que 83% das lavouras do país já atua dessa forma.
Em segundo lugar, o Agrossilvipastoril vem atraindo mais atenção. Essa combinação lavoura-pecuária-floresta é responsável por 9% dos casos no setor.
Destacamos também o Silvipastoril, combinando floresta com pecuária a fim de trazer benefícios mútuos, somando 7% e o Silviagrícola (lavoura-floresta), ainda com apenas 1%.
Embora o sistema integrado ainda seja uma novidade tímida em alguns casos, a demanda é crescente e diversificada, como percebemos. Com ele, mostramos que existem formas produtivas de aliar sustentabilidade à economia, repensando a maneira como a produção agropecuária se dá no cenário brasileiro.
Entenda suas principais aplicações e benefícios
Quando aliada ao sistema de plantio direto, o sistema integrado na agricultura soma ainda mais benefícios nos quesitos de rendimento e sustentabilidade. Embora agregue valor aos processos, sua implementação não pode ser feita de qualquer jeito. É preciso seguir princípios básicos, tais como:
- Cuidar a correção da acidez do solo;
- Optar pela rotação de sistema radicular, adequando o planejamento de rotação de culturas de forma eficiente;
- Melhorar a fertilidade do solo;
- Manejar a altura de corte/pastejo, dias de ocupação, repouso e demais questões que envolvem a pastagem;
- Visar o uso de genótipos melhorados, tanto de plantas quando de animais.
Tendo esses quesitos em mente, é muito mais fácil obter êxito no seu sistema integrado de produção. Assim, conserva-se os recursos naturais e energia, intensificando o uso da terra e reduzindo consideravelmente a necessidade de transformação de áreas de vegetação nativa para produção pecuária ou mesmo agricultura.
Saiba onde esse tipo de tecnologia pode ser adotada
Seguindo os princípios básicos anteriormente citados, o sistema integrado de produção agropecuária pode ser adotada em qualquer propriedade agrícola e pecuária. No Brasil, o sistema já é utilizado em maior escala em várias propriedades de bovinocultura de leite e de corte, mas também de ovinocultura.
Nessas propriedades, o lucro pode aumentar devido a redução do custo de produção animal e aumento do rendimento das diferentes culturas de grãos. Esse rendimento se dá muito pelas melhorias derivadas dessa dinâmica de entrada e ciclagem de nutrientes, rotação de culturas e elevação dos atributos físicos e biológicos do solo.
Como resultado, é possível oferecer uma produção agropecuária mais rentável nos três principais segmentos: ambiental, econômico e social. A integração das várias práticas agrícolas e zootécnicas é uma forma inteligente de compartilhar melhorias, promovendo uma produção mais saudável e integrada. É o verdadeiro caminho para promover mudanças que elevam o poder de produção agropecuária no Brasil.