O futuro da fazenda: qual a importância da sucessão familiar rural?

Você é dono de uma propriedade rural ou tem parentes que são? A sucessão familiar já está no seu planejamento? 

Apesar de muitos considerarem o tema delicado, a verdade é que ele garante mais segurança para o patrimônio que pertence a você e aos seus entes queridos. 

Quando se planeja a transmissão de um agronegócio antecipadamente, há mais consciência sobre o futuro da fazenda. Assim, isso gera tranquilidade para os envolvidos e menos desgastes emocionais entre os herdeiros. 

Apesar de muito relevante, esse é um cuidado que não está no radar dos produtores. Então, quer entender o motivo? A seguir, vamos abordar os principais desafios da sucessão familiar rural. Acompanhe e entenda a importância de superá-los e os caminhos ideais para fazer isso. 

Quais os principais desafios na sucessão familiar rural?

Basta observar a realidade da área rural no Brasil para perceber como a sucessão ainda é pouco discutida, ou até planejada de forma ineficiente. No país, a grande maioria dos agronegócios são familiares, mas poucos permanecem assim com o passar das gerações.

Para você ter ideia, enquanto mais de 80% dos empreendimentos ativos no campo são liderados por seus fundadores, 41% são comandados por pessoas da segunda geração. Somente 16% são da terceira geração. Enquanto isso, 1% pertencem da quarta em diante. 

Os dados foram divulgados pelo portal O Presente Rural. Eles reforçam que a cultura de sucessão familiar rural ainda não é sólida no país, por maior que seja a ideia de que os negócios na fazenda sejam passados “de pai para filho”. 

A falta de planejamento muitas vezes ocorre porque as famílias não sabem quando começar a planejar-se sobre a continuidade dos negócios. De fato, trata-se de um assunto delicado e complexo. Assim, muitos acabam postergando a discussão até que seja tarde para tê-la. 

Além disso, muitos patriarcas são resistentes ao tratar sobre o tema de suas mortes. Também há casos de relações familiares conflituosas, falta de confiança nos herdeiros ou sucessores que simplesmente não se interessam pelo agronegócio.

Por que planejar a sucessão familiar é tão importante?

A superação de todos os desafios citados acima partem da mesma questão: você e seus parentes precisam ter consciência da importância da sucessão familiar e entender como ela pode beneficiar os envolvidos. 

Em primeiro lugar, ninguém deseja a morte. Entretanto, ela é inevitável. Então, se a sua abordagem for clara e franca, é possível evitar desgastes e frustrações ainda maiores quando uma fatalidade ocorrer. 

Assim, com uma boa comunicação, a transmissão patrimonial será mais consciente e segura. Somada à tranquilidade, um bom planejamento também pode reduzir a carga tributária no Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD).

A partir do momento em que se definem os herdeiros, eles podem se preparar melhor para assumir suas atribuições. Essa é a melhor forma de garantir que os negócios tenham continuidade e sigam rendendo frutos às novas gerações. 

Mesmo quando não há interesse ou vocação do herdeiro para permanecer no segmento rural, a sucessão familiar rural ainda é valiosa. Afinal, ela adianta o preparo para assumir o papel de acionista, por exemplo, que também é uma forma de fazer jus ao valor do negócio. 

Como iniciar o planejamento da melhor forma?

O ponto de partida para uma sucessão familiar bem-sucedida é definir com franqueza o que acontecerá com a propriedade assim que o atual dono falecer. Normalmente, essa decisão envolve os interesses dos herdeiros.

Isso porque será preciso estipular se a fazenda ainda será de responsabilidade familiar. Pode ser que as novas gerações prefiram ter apenas controle acionário, com terceiros lidando com a gestão das suas operações. 

Assim, caso o agronegócio permaneça na família, o planejamento deve envolver regras para a entrada do herdeiro no negócio. E, isso envolve a transferência de sua posse, a divisão entre líderes e representantes, entre outras questões que garantam uma mudança tranquila e bem definida.

Mas, se for decidida a contratação de gestores externos na propriedade, os protocolos estipulados na sucessão familiar devem antecipar pontos diferentes. Isso envolve, por exemplo, quais herdeiros permanecerão proprietários, quais se tornarão acionistas, conselheiros, etc. 

Em todos os casos, lembre-se que esse tipo de plano também envolve egos familiares e discussões de cunho emocional. Para garantir a imparcialidade que as decisões exigem, recomenda-se contratar um mediador para orientar todo o processo. 

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Tão importante quanto planejar a sucessão familiar rural, é saber o que esperar para o futuro do agronegócio. No artigo deste link, nós discutimos as principais projeções do setor até o final do ano. Acesse e tome decisões ainda mais conscientes na gestão da sua propriedade.